Aumento no rendimento retira famílias do Bolsa Família em 2025

Foto por william f. santos no Unsplash

Quase um milhão de famílias deixaram de receber o Bolsa Família em julho de 2025 por terem aumentado sua renda, como reportado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) em 18 de julho de 2025.

 

O dado sinaliza uma mudança estrutural: o crescimento da renda familiar tem permitido que milhares de brasileiros superem a linha da pobreza e deixem de depender do benefício.

 

Esse movimento não representa uma exclusão forçada, mas sim um sinal de progresso econômico e social.

 

Segundo o governo brasileiro, 536 mil famílias deixaram o programa após cumprirem os 24 meses previstos na chamada Regra de Proteção – período em que continuaram a receber 50% do benefício, mesmo após ultrapassarem a renda per capita de R$ 218.

 

Outras 385 mil famílias deixaram o Bolsa Família por ultrapassarem o limite de meio salário mínimo por pessoa (R$ 759), valor que exclui automaticamente a permanência no programa.

 

“As pessoas ainda acreditam piamente que se conseguirem um emprego formal, perderão o benefício. Estamos trabalhando para dissipar esse mito.” destacou a secretária Nacional de Renda de Cidadania do MDS, Eliane Aquino.

 

O que é a Regra de Proteção do Bolsa Família?

 

A Regra de Proteção foi uma das principais inovações do novo Bolsa Família, relançado há dois anos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

O programa, reconhecido internacionalmente como referência em transferência de renda, integra as políticas sociais voltadas para famílias em situação de vulnerabilidade.

 

Essa regra permite que, mesmo após superarem temporariamente o limite de renda exigido, as famílias continuem a receber 50% do valor do benefício por até 24 meses. O objetivo é garantir uma transição segura e evitar que avanços salariais pontuais resultem na perda imediata do apoio.

 

Além disso, foi implementado o Retorno Garantido, que assegura prioridade no reingresso ao programa para famílias que voltarem a enfrentar a pobreza após o desligamento, seja voluntário ou pelo fim do período de transição.

 

Crescimento da renda familiar impulsiona autonomia

 

O aumento da renda per capita é resultado direto da recuperação do mercado de trabalho e da formalização de empregos.

 

Em 2024, 98,87% das vagas de trabalho formal criadas foram ocupadas por pessoas inscritas no Cadastro Único, e 75,5% eram beneficiários do programa.

 

O que é o Cadastro Único?

O Cadastro Único (CadÚnico) é a principal base de dados do governo federal para identificar famílias de baixa renda no Brasil. Ele reúne informações sobre renda, moradia, escolaridade e composição familiar, sendo utilizado para conceder benefícios sociais como o Bolsa Família, Auxílio Gás, Pé-de-Meia e Minha Casa Minha Vida.

 

Esse avanço demonstra que o Bolsa Família não só ampara, mas também prepara as famílias para sair da vulnerabilidade.

 

A modernização do Cadastro Único, com cruzamento de dados com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), tem contribuído para atualizar automaticamente as informações de renda das famílias. Essa integração tecnológica torna o sistema mais justo e preciso.

 

Nova realidade para milhões de brasileiros que beneficiaram do Bolsa Família

 

Desde março de 2023, 8,6 milhões de famílias já saíram do Bolsa Família, em sua maioria por melhora da condição financeira.

 

Apenas em 2023, mais de 24 milhões de brasileiros deixaram a insegurança alimentar grave, segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

 

A meta do governo brasileiro era que o país voltasse a sair do Mapa da Fome até 2026, como já havia ocorrido em 2014. Isso ocorreu antes, conforme anunciado em 28 de julho pela Organização das Nações Unidas (ONU)

 

A retomada de investimentos sociais em programas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Cisternas e o plano Brasil Sem Fome possibilitaram essa conquista.

 

Novas condições do Bolsa Família

 

A partir de julho de 2025, famílias que aumentaram sua renda para valores entre R$ 218 e R$ 706 per capita entram em nova fase de transição. Nesses casos, o pagamento do Bolsa Família continua, mas em valor reduzido (50%) e por um período máximo de 12 meses.

 

O ajuste está alinhado com a linha internacional de pobreza, adotando critérios usados em estudos sobre distribuição de renda global.

 

Famílias com renda estável ou permanente – como aposentadorias ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC) – continuam no programa por até dois meses.

 

Nesses casos, como já existe uma rede de proteção garantida pelo Estado, o apoio temporário do Bolsa Família contribui para uma transição mais previsível no orçamento familiar.

 

Em lares com pessoas com deficiência, o período de transição na Regra de Proteção é estendido para até 12 meses, dado o caráter periódico das revisões do BPC.

 

O Bolsa Família como ponte, não destino

 

Em julho, o número de beneficiários do Bolsa Família caiu para 19,6 milhões – o menor registado desde a reformulação do programa, em março de 2023, pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

A meta do governo é consolidar o Bolsa Família como uma ponte para a autonomia, e não como um fim em si.

 

Para isso, iniciativas de inclusão produtiva, educação financeira e programas de emprego seguem sendo pilares da estratégia nacional de combate à pobreza.

 

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