xAI retira app de monitoramento de funcionários em notebooks pessoais

Foto por Mariia Shalabaieva no Unsplash

Elon Musk anunciou que a xAI exigiria que sua equipe de chatbot de IA instalassem um aplicativo de monitoramento em seus notebooks pessoais até 11 de julho de 2025, mas a decisão foi revertida após uma repercussão negativa da mídia e dos próprios funcionários, segundo o Business Insider.

 

O app em questão, Hubstaff, é uma ferramenta de monitoramento de funcionários que registra horas trabalhadas, URLs e atividade em aplicativos.

 

xAI, a startup de inteligência artificial de Elon Musk, foi fundada em 2023 e é responsável pelo desenvolvimento do chatbot Grok.

 

Os engenheiros da xAI, chamados de tutores, foram instruídos a instalar o Hubstaff em seus computadores pessoais caso não tivessem recebido um dispositivo corporativo até 11 de julho.

 

Enquanto alguns receberam Chromebooks da empresa, outros foram informados de que não havia mais dispositivos disponíveis, sem previsão para reposição.

 

Funcionários preocupados com a privacidade foram orientados a comprar um novo notebook com o subsídio mensal de US$ 50 oferecido pela xAI ou criar um perfil de usuário separado no computador pessoal para separar atividades pessoais e profissionais.

 

Documentos internos revelaram que o app exigia permissões para capturas de tela e rastreamento de atividade. Seu uso foi descrito como obrigatório, com a promessa de que o monitoramento apenas ocorresse durante o horário de trabalho.

 

A empresa alegou que a medida visava rastrear produtividade, mas após críticas internas, anunciou no Slack que os funcionários que aguardavam notebooks não precisariam mais instalar o aplicativo.

 

Continua incerto se aqueles que já instalaram o Hubstaff poderão removê-lo ou ser compensados por novos dispositivos comprados para garantir a conformidade.

 

Preocupações com privacidade e conformidade legal

 

A política gerou repercussão negativa interna, levantando riscos legais e fazendo com que um dos funcionários ameaçasse se demitir caso fosse implementada.

 

Mensagens no Slack mostraram frustração crescente, descrevendo a decisão como “vigilância disfarçada de produtividade” e “manipulação travestida de cultura da empresa”.

 

De acordo com advogados ouvidos, a xAI poderia mitigar os riscos legais explicando melhor o objetivo do monitoramento, oferecendo prazos adequados e estabelecendo reembolsos claros para equipamentos pessoais.

 

Como está sediada na Califórnia, a empresa também deve considerar as leis rigorosas do estado e as regulações que se aplicam a equipes remotas, regidas pela jurisdição onde trabalham.

 

A empresa também utiliza softwares adicionais como Rippling e Starfleet, exigindo transparência e diretrizes claras sobre todas as ferramentas implementadas.

 

Implicações para empresas e colaboradores

 

O episódio da xAI revela uma tensão crescente no setor de tecnologia, onde o desejo por métricas de produtividade entra em conflito com o direito dos trabalhadores à privacidade, especialmente sob o âmbito da Lei de Privacidade da Califórnia de 2020 (em inglês, California Privacy Rights Act of 2020).

 

A forma desorganizada de implementação pode refletir uma cultura de controle rígido e mudanças repentinas.

 

Ainda não está claro se a política ajustada da xAI resolverá o problema, mas a controvérsia certamente acenderá novos debates sobre a alienação de funcionários e o aumento dos riscos operacionais.

 

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