Governo dos EUA implementa monitoramento de funcionários

O governo dos EUA, por meio do Escritório de Gestão e Orçamento (OMB), emitiu um memorando exigindo que todas as agências federais adotem o monitoramento da presença de funcionários, conforme noticiado pela Federal News Network em 12 de maio de 2025.
Essa medida faz parte da estratégia mais ampla do governo dos EUA de retorno ao escritório, para garantir a responsabilidade e reduzir o subaproveitamento das infraestruturas públicas.
A nova política exige que todas as agências federais coletem e enviem dados comprovando quantos funcionários estão fisicamente presentes nos escritórios em comparação com os que deveriam estar. As agências devem implementar sistemas de monitoramento de funcionários até 4 de julho.
Os métodos de registro de presença incluem o escaneamento de cartões de Identificação Pessoal (PIV), uso de crachás, listas de presença manuscritas e dados de notebooks dos funcionários.
Por que o OMB está exigindo o monitoramento de funcionários?
A diretriz do OMB pretende avaliar se as agências federais estão utilizando de forma eficiente as infraestruturas do Estado e, quando necessário, consolidar estruturas para reduzir os gastos do governo.
As agências serão monitoradas para verificar se os prédios atingem ou superam a meta de 60% de ocupação (com base em 14 m² por funcionário), conforme estabelecido pela Lei de Uso Eficiente de Espaço e Melhoria Tecnológica (USE IT), aprovada em 2023 pela administração Biden.
Quais os desafios no monitoramento de funcionários?
Atualmente, o governo dos EUA e o OMB não possuem uma política eficiente de monitoramento de funcionários em vigor.
“Literalmente, não sabemos quantas pessoas estão nos nossos edifícios”, declarou Michael Peters, comissário do Serviço de Edifícios Públicos (PBS). “Temos uma ideia de quantas pessoas estão neste prédio, o que é bom. Mas deveríamos saber isso para todas as instalações que possuímos ou alugamos – esse é um dado fundamental.”
Peters acredita que a meta de 60% é muito baixa, e que a Administração de Serviços Gerais (GSA) definirá um objetivo mais ambicioso: 80% de ocupação.
Um funcionário anônimo da GSA disse que será difícil para as agências atingirem 80%, afirmando: “Mesmo em sedes corporativas ou escritórios de advocacia, é raro encontrar mais de 70% de ocupação em um dia, porque há pessoas doentes, em viagens ou visitando locais de projeto.”
Ele acrescentou: “Em um dia comum, algumas pessoas podem ter acabado de ser contratadas, outras podem ter saído. Há também contratados ocupando infraestruturas do Estado, que normalmente não são contados no número de funcionários. Portanto, não se sabe exatamente quantos estão presentes… essa métrica é difícil.”
A tecnologia é a solução?
A Lei USE IT identifica os dados dos cartões PIV como uma possível forma de monitorar o uso dos edifícios, especialmente em locais onde os funcionários precisam usar o crachá para entrar.
O memorando oficial do OMB afirma: “Se uma agência federal utilizar dados de cartões PIV e atender aos requisitos da lei, não será necessária tecnologia adicional. Os dados podem ser coletados das catracas gerenciadas pela agência, leitores de crachá ou ambos.”
No entanto, alguns discordam dessa solução, levantando preocupações com custos e segurança dos dados.
“Esses sistemas foram projetados para segurança, não para controle de ocupação. São muito caros, e não dá para implantar em larga escala. Isso simplesmente não é viável”, afirmou Dan Mathews, ex-comissário do PBS.
Mathews sugeriu, em vez disso, o uso de sensores, que podem ser integrados em quiosques.
Michael Peters declarou que a GSA também irá monitorar dados dos notebooks, acreditando que o uso de softwares de controle de horas trará a visibilidade necessária para saber quem está nos prédios.
Peters completou: “É especialmente importante termos esses dados agora, porque os números estão mudando. É uma meta móvel. Precisamos de dados em tempo real, dia a dia, para melhorar a nossa eficiência.”
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