Trabalho autônomo já é preferência da maioria dos brasileiros

O trabalho autônomo conquistou o protagonismo no mercado de trabalho brasileiro, segundo levantamento do Instituto Datafolha divulgado em 20 de junho de 2025 pela Folha de S.Paulo.
Segundo a pesquisa, 59% dos brasileiros preferem atuar por conta própria em vez de seguir o modelo tradicional de emprego com carteira assinada.
Os dados também mostram que 31% dos entrevistados aceitariam trabalhar sem registro formal se isso representasse uma remuneração mais elevada.
Ainda assim, 67% afirmam que continuariam optando pela segurança oferecida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mesmo com um salário menor.
Trabalho autônomo ganha força e desafia modelo tradicional
Realizada nos dias 10 e 11 de junho de 2025, a pesquisa ouviu 2.004 pessoas em 136 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Em comparação com a última edição da sondagem, de dezembro de 2022, observa-se uma mudança significativa: a preferência pela carteira assinada caiu de 77% para 67%, enquanto o interesse por trabalhos sem vínculo formal aumentou de 21% para 31%.
A relação com o modelo tradicional de emprego também está em transformação. Hoje, apenas 39% dizem se sentir mais à vontade como empregados de uma organização, contra 59% que preferem exercer atividades de forma independente – como freelancers, microempreendedores ou profissionais autônomos.
O que é um profissional autônomo?
Profissional autônomo é aquele que trabalha por conta própria, sem subordinação, assumindo a responsabilidade pela gestão e resultados da sua atividade.
Entre os entrevistados com ensino superior, 38% disseram preferir trabalhos sem vínculo formal. Esse percentual cai para 23% entre os que possuem apenas o ensino fundamental – um dado que evidencia a influência da escolaridade e da renda nas escolhas sobre a forma de atuação profissional.
Quem são os brasileiros que preferem o trabalho autônomo?
A preferência pelo trabalho autônomo é mais acentuada entre jovens de 16 a 24 anos (68%), autodeclarados empresários (88%) e assalariados sem registro (69%). Já a escolha pelo regime formal de trabalho é predominante entre mulheres (71%), pessoas com ensino fundamental (75%) e indivíduos com renda familiar de até dois salários mínimos (72%).
Os resultados refletem uma transformação no mercado, impulsionada pelo desejo de maior flexibilidade, independência financeira e pelo crescimento de plataformas digitais que ampliam as oportunidades para quem deseja empreender ou prestar serviços de forma independente.
Tendência pode impactar empresas e políticas públicas
A expansão do trabalho autônomo levanta questões importantes sobre proteção social e direitos trabalhistas. Diante desse cenário, especialistas apontam a necessidade de revisar legislações e políticas públicas que contemplem esse grupo crescente de profissionais, muitas vezes sem acesso a garantias como férias remuneradas, aposentadoria ou licença médica.
As empresas também estão se adaptando. Modelos de contratação mais flexíveis, acordos de prestação de serviços e políticas de trabalho remoto têm ganhado espaço.
Para acompanhar essas mudanças e manter a organização, ferramentas como relógios de ponto são cada vez mais relevantes, inclusive para profissionais autônomos que desejam gerenciar melhor seu tempo e produtividade.
Dados demográficos e metodologia da pesquisa
A amostra da pesquisa contemplou brasileiros a partir de 16 anos, com diferentes níveis de escolaridade, faixas de renda e perfis profissionais, em todas as regiões do país.
A coleta foi feita presencialmente, em pontos de fluxo populacional, com questionário estruturado. Segundo o Datafolha, ao menos 20% das entrevistas passaram por verificação de qualidade.
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