Polônia testa redução da jornada de trabalho com salários iguais

A Polônia anunciou o primeiro programa-piloto da Europa para reduzir as horas da semana de trabalho, conforme noticiado pela EuroWeekly em 29 de abril de 2025.
No novo plano piloto, empresas, governos locais, ONGs e sindicatos podem voluntariamente testar diferentes modelos de redução da jornada de trabalho. As opções incluem dias de trabalho mais curtos, uma semana de quatro dias ou dias adicionais de férias anuais. Um ponto essencial é que os participantes devem manter os salários e os níveis de pessoal atuais.
O Ministério da Família, Trabalho e Política Social (MFLSP) da Polônia tem como objetivo reduzir em 20% o total de horas trabalhadas, sem cortes salariais ou queda na produtividade. O programa contará com um fundo governamental de 10 milhões de zloty (cerca de US$ 2,7 milhões) no primeiro ano.
A medida representa uma mudança rumo ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional para os trabalhadores poloneses, que atualmente têm uma das jornadas mais longas da União Europeia (UE). A jornada de trabalho na Polônia é, em média, de 39,3 horas por semana — 3,2 horas a mais que a média da UE. Somente a Grécia e a Romênia apresentam semanas mais longas.
Qual o impacto para empregadores e trabalhadores?
Se amplamente adotado, o teste pode reformular as expectativas laborais em toda a Polônia.
“Está na hora de os poloneses começarem a trabalhar menos”, declarou Agnieszka Dziemianowicz-Bąk, Ministra da Família, Trabalho e Política Social da Polônia. “Mais de um século após a introdução da jornada de oito horas, os poloneses trabalham de forma mais eficiente, melhor e com mais inteligência.”
Defensores do modelo afirmam que a redução na jornada de trabalho levará à melhoria da saúde mental, menor risco de burnout e carreiras mais duradouras. Os empregadores podem observar vantagens como menos erros, maior eficiência e redução do absenteísmo.
Como o programa-piloto será implementado?
O piloto inspira-se em estudos de caso poloneses anteriores. Em Włocławek, a prefeitura adotou primeiro o modelo de horas reduzidas e expandiu a política para outros escritórios municipais. Já a Herbapol Poznań, empresa de remédios naturais, implementou a semana de quatro dias em 2023.
“O princípio que seguimos foi: o funcionário só pode ganhar com essa mudança, e a empresa não pode perder”, afirmou Tomasz Kaczmarek, presidente do conselho de administração da Herbapol. Apesar de alguma resistência interna, a empresa viu redução no turnover, menos ausências e o melhor desempenho financeiro dos últimos anos.
Críticos, no entanto, expressaram preocupação com a preparação do país. “Neste momento, a economia polonesa certamente não pode arcar com isso. Estamos numa fase em que os recursos de mão de obra estão encolhendo muito rapidamente devido à crise demográfica”, afirmou Rafał Dutkiewicz, chefe da Employers Poland, referindo-se à queda demográfica e à redução da oferta de trabalho.
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