Coreia do Sul aprova aumento do salário mínimo para 2026

A Comissão do Salário Mínimo da Coreia do Sul vai aumentar o salário mínimo nacional para 10.320 won (US$ 7,50) por hora a partir de 1º de janeiro de 2026, conforme reportado pelo The Korea Times.
O novo valor representa um aumento de 2,9% (ou 290 won) em relação à taxa atual, sendo o menor reajuste desde os 2,7% registrados em 1997.
Para trabalhadores em tempo integral, a nova taxa equivale a um salário mensal de 2.156.880 won (US$ 1.555), com base em 209 horas de trabalho.
Esse é o primeiro acordo tripartite desde 2008, assinado por um total de 23 comissários: nove representantes do setor empresarial, nove de grupos de interesse público e cinco da Federação dos Sindicatos da Coreia (FKTU).
A decisão, a primeira sob a administração atual, ficou aquém das expectativas dos sindicatos e analistas, que esperavam um aumento mais significativo.
Aumentos anteriores no salário mínimo da Coreia do Sul foram bem maiores: 16,4% durante o governo de Moon Jae-in e 5% sob o governo de Yoon Suk Yeol.
Os sindicatos haviam solicitado um aumento de 14,7%, para 11.500 won (US$ 8,30), alegando a necessidade de acompanhar a alta dos preços e anos de salários estagnados.
Reações e críticas ao aumento do salário mínimo na Coreia do Sul
A decisão gerou reações mistas de sindicatos e da Confederação Coreana de Sindicatos (KCTU), que havia exigido um aumento muito maior.
Quatro representantes da KCTU abandonaram a sessão final em protesto contra o valor aprovado, deixando a decisão como um consenso parcial.
A insatisfação surgiu da percepção de que o reajuste equivale, na prática, a uma redução nos salários reais, o que levou a pedidos para que o governo forneça apoio financeiro direto aos trabalhadores de baixa renda.
Críticos alertaram ainda que o reajuste modesto pode não ser suficiente para cobrir os custos básicos de vida, que continuam acima da média da OCDE, especialmente em necessidades como alimentação, moradia e vestuário, segundo o relatório do Banco da Coreia.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é um grupo internacional com 38 países, incluindo a Coreia do Sul, que trabalham juntos para promover o crescimento econômico, a estabilidade e melhores padrões de vida.
Observadores também notaram que os membros de interesse público da comissão pareceram priorizar as preocupações com as pressões financeiras sobre pequenas empresas e trabalhadores autônomos.
O resultado final da decisão acabou mais alinhado com os apelos por congelamento salarial do que com os aumentos reivindicados pelos sindicatos – uma mudança notável, dado o apoio sindical ao governo.
A taxa de reajuste foi defendida pelo presidente da Comissão, citando a piora nas perspectivas econômicas da Coreia do Sul como fator determinante.
As projeções para 2025 incluíam um crescimento econômico de apenas 0,8%, inflação de preços ao consumidor de 1,8% e crescimento do emprego de apenas 0,4%, números que sugerem que 2026 poderá trazer desafios ainda maiores.
Muitos também alertam que aumentos expressivos no salário mínimo podem levar ao fechamento de empresas e agravar ainda mais o já frágil mercado de trabalho.
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